Lula critica Trump e reforça a disposição do Brasil para dialogar sobre tarifas

Presidente diz que Donald Trump foi induzido a acreditar em mentiras sobre Bolsonaro e se coloca à disposição para negociar taxação sobre exportações brasileiras

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva afirmou, nesta sexta-feira, 25 de julho, que o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, foi induzido a acreditar “em uma mentira”, de que o ex-presidente Jair Bolsonaro está sofrendo perseguição no Brasil. Lula esclareceu que Bolsonaro não está sendo perseguido, mas sim julgado com todo o direito à defesa. “O Bolsonaro não é um problema meu, é um problema da Justiça brasileira”, declarou.

Durante cerimônia em Osasco (SP), Lula relembrou os acontecimentos de janeiro de 2023, quando Bolsonaro tentou impedir sua posse e, segundo o presidente, até montou uma equipe para “matar o Lula, o Alckmin e o presidente do Tribunal Superior Eleitoral, Alexandre Moraes”. Ele ainda se colocou à disposição para negociar a taxação de 50% que os EUA querem aplicar às exportações brasileiras.

O presidente disse estar disposto a esclarecer a Trump que o Brasil não está perseguindo Bolsonaro e sugeriu que uma conversa poderia reverter a decisão de taxação. “Trump, o dia que você quiser conversar, o Brasil estará pronto e preparado para discutir”, afirmou Lula. Ele também criticou a postura do filho de Bolsonaro, Eduardo Bolsonaro (PL-SP), que se licenciou do mandato e foi aos EUA pedir intervenção no Brasil, uma atitude que Lula considerou uma “falta de patriotismo”.

Além disso, Lula reafirmou que o Brasil vai regular as big techs e que o país precisa de respeito por parte dos Estados Unidos. Ele também apontou que, no comércio com os EUA, o Brasil não está reclamando, mas buscando uma negociação justa, já que, nos últimos 15 anos, os Estados Unidos acumulam um superávit de US$ 410 bilhões com o Brasil.

Apesar da pressão de Trump, que justifica a taxação por “ataques às atividades comerciais digitais” e suposta “censura” contra plataformas dos EUA, Lula afirmou que o Brasil vai defender suas posições, mas busca sempre o diálogo. “Nós queremos negociar, mas se for necessário, tomaremos nossas medidas”, concluiu o presidente.

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