MPRS prende homem em Minas Gerais que chantageava e extorquia adolescente gaúcha

Ministério Público do Rio Grande do Sul atua em caso de extorsão e automutilação, destacando a importância da atenção familiar no ambiente digital

O Ministério Público do Rio Grande do Sul (MPRS), por meio do Núcleo de Prevenção à Violência Extrema (NUPVE), efetuou a prisão de um homem de 21 anos no interior de Minas Gerais. Ele é acusado de extorquir e forçar uma adolescente gaúcha de 17 anos a se automutilar.

Os mandados de prisão preventiva e de busca e apreensão foram cumpridos nesta terça-feira, 29 de julho, pela promotora de Justiça Priscilla Ramineli, do MPRS, e pelo assessor de segurança institucional Rodrigo da Silveira. A operação contou com o apoio do Gaeco de Divinópolis, do Gabinete de Segurança Institucional do Ministério Público de Minas Gerais e da Polícia Militar mineira. Durante a ação, foram apreendidos um celular e um pendrive.

Segundo o procurador de Justiça Fábio Costa Pereira, coordenador do NUPVE, o criminoso abordou a adolescente em uma rede social popular, aproveitando o interesse dela por um determinado estilo musical. “Depois de conquistar a confiança dela, o criminoso inventou que o perfil da jovem estava sendo usado para espalhar pornografia infantil, mas que ele poderia resolver o problema. Assim, ele teve acesso aos dados da conta e deu início a uma série de ameaças, extorsão e chantagens, obrigando a adolescente a se cortar”, detalhou o procurador.

Fábio Costa Pereira também ressaltou que a adolescente foi vítima de grooming, um aliciamento online que envolve manipulação. Ele descreveu o grooming como “uma forma de aproximação que predadores utilizam para capturar emocionalmente as suas vítimas. Ele usou uma rede social popular entre adolescentes e por interesses revelados pela vítima acabou ganhando a atenção dela e descobrindo suas vulnerabilidades”. Pereira concluiu: “O homem inventou um problema, se apresentou como a solução e acabou virando uma pessoa importante para ela, quando na verdade, ele era o problema”.

A promotora de Justiça Priscilla Ramineli alertou para a possibilidade de existirem outras vítimas. “O suspeito praticava graves crimes virtuais, extorquindo a adolescente para que também mandasse fotos íntimas e fizesse pagamentos via Pix para que nada fosse revelado. Cybercrimes preocupantes estão sendo praticados em todos lugares, por todos tipos de sujeitos. E a ação do NUPVE é uma importante resposta a esse tipo de criminalidade”.

O caso chegou ao NUPVE após denúncia da família da vítima. O procurador Fábio Costa Pereira reafirmou que o MPRS está atento a todos os casos e orienta às famílias: “prestem atenção ao que os filhos consomem no meio digital, quem são os seus amigos, e ao perceberem algo anormal nos procurem, mesmo que seja para descartar uma eventual ameaça”.

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