Paul Krugman elogia o Pix e diz que Brasil pode inspirar o futuro do dinheiro

Em artigo publicado na terça-feira, economista vencedor do Nobel afirma que sistema brasileiro é mais eficiente e acessível que modelos usados nos Estados Unidos

O economista norte-americano Paul Krugman, ganhador do Prêmio Nobel de Economia de 2008, publicou na terça-feira, 22 de julho, um artigo no site Substack exaltando o sistema brasileiro de pagamentos instantâneos, o Pix. Intitulado “O Brasil inventou o futuro do dinheiro? E será que chegará para os EUA?”, o texto destaca as vantagens da plataforma brasileira em comparação aos métodos adotados nos Estados Unidos.

Krugman afirmou que o Pix tem baixo custo, alta eficiência e ampla aceitação popular, sendo utilizado por 90% da população brasileira. Ele comparou os tempos de liquidação de transações, ressaltando que o Pix finaliza pagamentos em três segundos, enquanto cartões de débito demoram dois dias e crédito, até 28 dias. Também destacou que o custo médio por transação é de 0,33% no Pix, contra 1,13% no débito e 2,34% no crédito.

O artigo surge após declaração do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, que criticou o Pix por, segundo ele, prejudicar empresas financeiras norte-americanas. Krugman rebateu o comentário e ainda mencionou a aprovação de uma lei pelo Parlamento norte-americano que proíbe o Federal Reserve de criar uma moeda digital, semelhante ao Pix.

O economista fez uma provocação ao comparar os dois países: “A maioria das pessoas provavelmente não considera o Brasil um líder em inovação financeira. Mas a economia política do Brasil é claramente muito diferente da nossa — por exemplo, eles realmente levam ex-presidentes que tentam anular eleições a julgamento”, escreveu.

Para Krugman, o sucesso do Pix é resultado de uma estrutura institucional mais aberta e menos influenciada por interesses corporativos, e pode servir como modelo para outras nações que queiram modernizar seus sistemas de pagamento. Ele conclui que, nos EUA, a resistência à inovação ainda é sustentada por interesses pessoais e ilusões ligadas às criptomoedas.

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