Pix vira alvo de investigação do governo Trump

Sistema de pagamentos brasileiro, pirataria e redes sociais são alvos de investigação aberta pelos Estados Unidos; tensão pode resultar em novas sanções

A relação comercial entre Brasil e Estados Unidos vive um novo momento de tensão após a decisão do ex-presidente Donald Trump de abrir uma investigação contra o governo brasileiro. A medida, amparada pela Seção 301 da Lei de Comércio de 1974, acusa o Brasil de adotar práticas desleais, especialmente no setor de pagamentos eletrônicos. O sistema Pix, desenvolvido pelo Banco Central, passou a ser visto como uma ameaça à hegemonia de empresas norte-americanas como Visa e MasterCard, gerando acusações de que o governo brasileiro estaria favorecendo seu próprio sistema em detrimento da concorrência internacional.

A ofensiva comercial de Trump também incluiu uma tarifa de 50% sobre produtos brasileiros, válida a partir de 1º de agosto, justificada como retaliação à “perseguição” de Jair Bolsonaro pela Justiça brasileira e às políticas de moderação nas redes sociais. Em carta enviada a Lula, Trump criticou o que chamou de “censura” e mencionou a pirataria na Rua 25 de Março, em São Paulo, como exemplo de descaso do Brasil com práticas comerciais justas. O Escritório do Representante Comercial dos EUA (USTR) apontou ainda falhas na proteção de dados e restrições digitais como barreiras que impactam diretamente os interesses americanos.

Caso a investigação conclua que o Brasil violou acordos comerciais, o país poderá enfrentar novas penalidades, como sanções, suspensão de concessões comerciais e exigência de mudanças em políticas públicas. O processo tem prazo de até 12 meses para ser finalizado, podendo se estender caso as partes busquem uma solução negociada. A inclusão do Pix nessa disputa amplia o conflito e acende um alerta sobre o impacto que medidas unilaterais dos EUA podem ter sobre setores estratégicos da economia brasileira.

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