A Polícia Civil de São Paulo prendeu um funcionário terceirizado acusado de facilitar um ataque hacker que desviou valores milionários de contas reservas de bancos conectados ao sistema PIX. Segundo as investigações, ele teria permitido o acesso dos criminosos ao sistema sigiloso por meio de sua máquina, o que possibilitou a invasão que abalou o mercado financeiro nesta semana.
O ataque, considerado um dos mais graves já registrados no país, atingiu ao menos seis instituições financeiras que utilizam os serviços de conectividade da empresa de tecnologia onde o suspeito trabalhava. As contas reservas, que funcionam como contas correntes dos bancos no Banco Central para operações diárias, depósitos compulsórios e aplicações, foram o alvo principal. Fontes estimam que o prejuízo total possa chegar a R$ 800 milhões, embora o BC ainda não tenha confirmado oficialmente os valores.
As autoridades descobriram que o crime ocorreu em várias etapas, desde a engenharia social para obtenção de senhas, instalação de softwares de acesso remoto, até a execução rápida das transações fora do horário comercial, com conversão dos recursos em criptoativos para dificultar o rastreamento. Uma conta com R$ 270 milhões já foi bloqueada pela polícia durante o andamento das investigações.
Após o ataque, o Banco Central determinou a suspensão do acesso da empresa de tecnologia às suas plataformas, medida que foi parcialmente liberada após correções de segurança. Especialistas alertam que o caso evidencia falhas graves na gestão de credenciais privilegiadas, afeta a reputação das instituições envolvidas e desperta atenção de reguladores sobre a segurança digital do sistema financeiro brasileiro.