O Polo Norte magnético da Terra vem apresentando um comportamento surpreendente nos últimos anos, afastando-se do Canadá e avançando em direção à Sibéria. Esse deslocamento acelerado forçou especialistas dos Estados Unidos e do Reino Unido a atualizarem o Modelo Magnético Mundial (WMM), ferramenta indispensável para sistemas de navegação em aviões, navios e satélites. A revisão busca garantir precisão nas rotas, já que dados desatualizados podem provocar desvios de até 150 km em longas viagens, como foi observado em simulações entre a África do Sul e o Reino Unido.
A origem dessas alterações está nas profundezas do planeta, mais especificamente no núcleo metálico da Terra, onde correntes de ferro e níquel em estado líquido geram o campo magnético. Desde o século 16, o polo se movia lentamente, mas nas últimas décadas sua velocidade aumentou significativamente, ultrapassando 50 km por ano, antes de apresentar nova desaceleração. Essas oscilações são acompanhadas com atenção por geofísicos, que reconhecem a imprevisibilidade do fenômeno.
Outro fator que aumentou o mistério em torno do campo magnético é o possível comportamento inusitado do núcleo interno da Terra. Pesquisas publicadas em 2023 sugerem que ele pode ter reduzido sua rotação ou até mesmo invertido sua direção. Essa mudança pode estar relacionada às alterações do campo magnético, mas seus efeitos ainda não são totalmente compreendidos, abrindo margem para novas investigações sobre a dinâmica interna do planeta.
Com atualizações obrigatórias a cada cinco anos, o WMM é peça-chave para a segurança e eficácia da navegação global. Os recentes eventos reforçam a importância de se manter os modelos geofísicos atualizados, especialmente diante de mudanças imprevisíveis no comportamento do planeta que, embora naturais, desafiam o conhecimento científico atual.
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