Ex-presidente afirma que nunca cogitou sair do Brasil ou buscar asilo em embaixada; decisão do STF incluiu medidas restritivas por suspeita de tentativa de golpe
Em entrevista concedida na manhã de sexta-feira, 18 de julho, após a instalação de uma tornozeleira eletrônica, o ex-presidente Jair Bolsonaro classificou as medidas cautelares determinadas pelo Supremo Tribunal Federal (STF) como uma “suprema humilhação”. A declaração foi feita após ele deixar a Secretaria de Administração Penitenciária do Distrito Federal, onde o equipamento foi colocado.
Bolsonaro afirmou que nunca pensou em sair do país ou em se refugiar em alguma embaixada, rebatendo a justificativa do ministro Alexandre de Moraes, que apontou risco de fuga como uma das razões para a adoção das medidas. “Sair do país é a coisa mais fácil que tem”, declarou. Ele também disse que o “inquérito do golpe é um inquérito político” e que espera um julgamento técnico, e não político.
Ao ser questionado sobre os motivos das restrições, o ex-presidente respondeu que, em sua opinião, “o objetivo é a suprema humilhação”. Moraes determinou ainda que Bolsonaro está proibido de deixar a comarca do Distrito Federal, deve manter recolhimento domiciliar entre 19h e 6h, e integralmente aos finais de semana, além de estar impedido de acessar redes sociais.
Sobre a apreensão de US$ 14 mil e R$ 8 mil em espécie em sua casa, no bairro Jardim Botânico, Bolsonaro alegou que sempre guardou dólares em casa e que pode comprovar a origem do dinheiro. Quanto a um pen drive encontrado em um banheiro da residência, limitou-se a dizer: “Não tenho conhecimento.”