Último apito: morre José Maria Marin, ex-presidente da CBF, aos 93 anos
Figura polêmica do futebol e da política brasileira, Marin teve trajetória marcada por escândalos e cargos de destaque

A madrugada deste domingo marcou a morte de José Maria Marin, ex-presidente da Confederação Brasileira de Futebol (CBF), aos 93 anos, em São Paulo. Internado no hospital Sírio-Libanês, ele não resistiu, embora a causa oficial da morte não tenha sido revelada. O velório está previsto para ocorrer ainda nesta tarde na capital paulista. Marin esteve no comando da CBF entre 2012 e 2015, período que incluiu a realização da Copa do Mundo no Brasil, e foi sucedido por Marco Polo del Nero.
A carreira de Marin não se limitou aos gramados. Advogado por formação, ele iniciou sua trajetória pública como vereador e deputado estadual em São Paulo, chegando a ocupar o cargo de governador do estado em 1982. No futebol, comandou a Federação Paulista de Futebol por seis anos e liderou a delegação brasileira na Copa de 1986, no México. Contudo, seu nome também esteve envolvido em diversos episódios controversos, como o caso da medalha guardada no bolso durante uma premiação da Copa São Paulo de Juniores, que repercutiu negativamente nas redes e na mídia esportiva.
Em 2015, Marin foi preso na Suíça em uma ação conduzida pelo FBI, relacionada ao escândalo de corrupção na Fifa. Ele foi extraditado para os Estados Unidos, onde foi julgado e condenado, cumprindo pena até 2020. Com a chegada da pandemia de covid-19, foi liberado e retornou ao Brasil. Em 2023, sofreu um AVC. Durante sua gestão na CBF, chegou a batizar o prédio da entidade no Rio de Janeiro com seu nome — uma homenagem que foi desfeita por seu sucessor após a prisão. De protagonista do futebol nacional a símbolo de uma era conturbada, José Maria Marin deixa um legado complexo e controverso.
Foto CBF, divulgação.