Adeus a um mestre dos vinhos: Victor Valduga morre aos 91 anos

Fundador da Vinícola Marco Luigi deixa legado marcante para o Vale dos Vinhedos e o setor vitivinícola brasileiro

A cidade de Bento Gonçalves se despediu nesta quarta-feira de Victor Valduga, um dos nomes mais importantes da vitivinicultura da Serra Gaúcha. Aos 91 anos, ele faleceu na terça-feira (12) e foi sepultado no Cemitério da Capela das Almas, no Vale dos Vinhedos. O velório ocorreu na Sala A das Capelas São José, onde familiares, amigos e admiradores prestaram as últimas homenagens a um dos grandes pioneiros da produção de vinhos artesanais no Brasil.

Descendente de imigrantes italianos, Victor era bisneto de Marco Valduga, que chegou ao país vindo de Terragnolo, na província de Trento, em 1875. Inspirado pelo pai, Marco Luigi, que ampliou a produção de uvas na região, Victor modernizou a estrutura da vinícola da família e fundou a Marco Luigi, onde trabalhou lado a lado com o filho, Leonardo. Juntos, tornaram-se defensores da produção em pequena escala e da preservação da identidade do Vale dos Vinhedos.

Com espírito visionário, Victor foi além do empreendedorismo: tornou-se símbolo da valorização da cultura e história da imigração italiana na Serra Gaúcha. Sua atuação foi essencial para o reconhecimento do Vale dos Vinhedos como referência nacional e internacional na produção de vinhos finos. A vinícola que leva o nome do pai também destacou, em nota, sua dedicação incansável e seu amor pela terra, afirmando que seu legado “viverá em cada garrafa”.

A morte de Victor representa mais do que o fim de uma trajetória empresarial: é o encerramento de um ciclo marcado por inovação, paixão e respeito às raízes. Ele não apenas transformou uvas em vinhos premiados, mas também cultivou sonhos que moldaram o panorama vitivinícola do Brasil. Seu nome seguirá eternizado como exemplo de coragem, tradição e excelência.

CVD

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