O Brasil se despediu nesta sexta-feira (8) de Arlindo Cruz, um dos maiores ícones do samba, que morreu aos 66 anos no CTI do Hospital Barra D’Or, no Rio de Janeiro, vítima de pneumonia. Desde que sofreu um acidente vascular cerebral em 2017, o músico passou por 17 cirurgias e enfrentou uma longa batalha pela vida, agravada recentemente por uma infecção resistente. Nascido no bairro de Piedade, no Rio, cresceu em rodas de samba promovidas pelo pai, ganhou seu primeiro cavaquinho aos sete anos e, ainda adolescente, já tocava violão e se apresentava com nomes como Candeia, que se tornaria seu padrinho musical. Sua trajetória incluiu passagens marcantes pelo Cacique de Ramos, onde teve mais de dez músicas gravadas em um único ano, e pelo Fundo de Quintal, grupo no qual permaneceu por 12 anos antes de iniciar uma carreira solo repleta de sucessos.
Dono de mais de 550 composições, Arlindo teve suas obras eternizadas por artistas como Beth Carvalho e Zeca Pagodinho, além de assinar sambas-enredo para escolas como Grande Rio, Vila Isabel e Império Serrano – esta última o homenageou em 2023. Participou do programa Esquenta entre 2011 e 2017, recebeu cinco indicações ao Grammy Latino e conquistou o 26º Prêmio da Música Brasileira em 2015 como melhor músico de samba. Casado com Babi Cruz, com quem teve dois filhos, e pai também de Kauan Felipe, o artista deixa um legado que ultrapassa fronteiras musicais, sendo lembrado como um elo entre as raízes do samba e sua renovação, mantendo viva a essência de um gênero que ajudou a transformar.