Alckmin anuncia que plano de contingência contra tarifaço dos EUA será divulgado até terça-feira

Medida vai priorizar setores mais afetados e considerar impacto individual sobre cada tipo de produto

O vice-presidente e ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços, Geraldo Alckmin, afirmou nesta quinta-feira, 8 de agosto, que o plano de contingência para minimizar os impactos do tarifaço de 50% imposto pelos Estados Unidos sobre produtos brasileiros deve ser divulgado até terça-feira, 12 de agosto.

Segundo Alckmin, a estratégia terá foco nas empresas mais prejudicadas, utilizando uma espécie de “régua” para medir a variação das exportações dentro de cada setor, tornando o socorro mais preciso.

“Ele [o plano] foi apresentado ao presidente Lula, que terminou ontem a leitura. O presidente vai bater o martelo e, se não for amanhã, será na segunda ou terça-feira”, afirmou o ministro durante entrevista no estacionamento do Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC).

O vice-presidente explicou que alguns setores são mais vulneráveis às tarifas porque destinam grande parte de sua produção ao mercado estadunidense. Ele citou o exemplo do setor pesqueiro, onde a tilápia é consumida majoritariamente no mercado interno, enquanto o atum tem produção voltada principalmente para exportação.

Antes da coletiva, Alckmin reuniu-se com a Associação Brasileira das Indústrias de Calçados (Abicalçados), destacando que o setor calçadista e o de couro estão entre os mais prejudicados. “O couro, por exemplo, destina mais de 40% da produção à exportação”, disse.

O ministro também se encontrou, fora da agenda, com o encarregado de negócios da embaixada dos Estados Unidos, Gabriel Escobar, classificando a conversa como “muito boa”. O diplomata também visitou o Senado e a Câmara dos Deputados.

A expectativa é que o plano de contingência traga medidas específicas para proteger a competitividade brasileira, diferenciando produtos conforme o grau de dependência do mercado norte-americano.