As chuvas que castigaram o Rio Grande do Sul nos últimos dias provocaram graves transtornos em 47 municípios, de acordo com balanço da Defesa Civil Estadual. Ao todo, 720 pessoas precisaram deixar suas residências, sendo 694 desalojadas e 26 desabrigadas. A diferença é que, enquanto o desabrigado perdeu a casa e depende de abrigos públicos, o desalojado encontra acolhimento temporário em casas de familiares ou conhecidos.
O município de São Lourenço do Sul registrou os danos mais severos. No sábado, o transbordamento do Arroio São Lourenço invadiu ruas e residências, obrigando a prefeitura a decretar calamidade pública. Apesar de a água ter recuado no domingo, os estragos ainda são sentidos pela população, que se surpreendeu com os volumes extremos de chuva. Em apenas 36 horas, a região acumulou índices que correspondem a quase dois meses de precipitação.
De acordo com dados do Centro Nacional de Monitoramento de Desastres (Cemaden), foram registrados 201 milímetros na área urbana de São Lourenço, enquanto produtores rurais chegaram a medir até 300 milímetros em suas propriedades. Para efeito de comparação, a média histórica de agosto em Pelotas é de 117 milímetros. Esse volume excepcional explica a força da enchente e o impacto nas comunidades afetadas.
A lista de cidades prejudicadas é extensa e inclui municípios como Porto Alegre, Santa Maria, Bagé, Caçapava do Sul, Santa Cruz do Sul e Venâncio Aires, entre outros. Em diferentes pontos do Estado, houve registros de famílias isoladas, estradas interrompidas e casas alagadas. A Defesa Civil segue monitorando a situação e prestando apoio às localidades atingidas, enquanto cresce a expectativa por novos decretos de emergência nos municípios mais afetados.