Ciclone se aproxima com força: rajadas de até 130 km/h atingem o Sul do Brasil
Fenômeno promete dias turbulentos no Rio Grande do Sul, com risco de danos, tempestades e cortes de energia

Uma nova frente ciclônica começa a ganhar força no continente e deve provocar ventos severos entre esta terça (19) e quarta-feira (20) em boa parte do Sul do Brasil. O fenômeno, que se intensificará antes de seguir rumo à costa da Argentina, poderá causar estragos em diversas cidades, especialmente no Rio Grande do Sul. A previsão é de rajadas que podem ultrapassar os 100 km/h, principalmente na Serra gaúcha e em pontos elevados, como Cambará do Sul e São José dos Ausentes, onde os ventos podem alcançar até 130 km/h. O litoral também está entre as regiões mais vulneráveis.
Porto Alegre deve escapar dos piores impactos, mas não totalmente ilesa. A capital gaúcha, que registrou ventos de até 106 km/h no final de julho, deve enfrentar agora rajadas entre 50 km/h e 70 km/h. Contudo, nas áreas próximas ao Guaíba e à Lagoa dos Patos, onde há menos barreiras naturais, o vento tende a ser mais intenso. A meteorologista Estael Sias, da MetSul, alerta para a possibilidade de danos estruturais, falta de energia, destelhamentos e quedas de árvores, principalmente em áreas abertas e elevadas.
O Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet) já emitiu quatro alertas válidos para o estado gaúcho nas próximas horas, com diferentes níveis de gravidade. Entre os destaques estão avisos de tempestades com risco de granizo, chuvas intensas e ventos de até 100 km/h, além de ventos costeiros capazes de movimentar dunas sobre estruturas litorâneas. A previsão é de que essas condições extremas se espalhem por regiões como o noroeste, a Serra, o litoral e a região metropolitana de Porto Alegre.
Essa instabilidade é resultado de duas fases do fenômeno ciclônico. A primeira ocorre nesta terça, com a formação do ciclone e a atuação de uma corrente de jato em baixos níveis, causando rajadas do quadrante norte. Já na quarta-feira, o ciclone em si toma o protagonismo, elevando ainda mais a força dos ventos. Estados vizinhos como Santa Catarina, Paraná e parte do Mato Grosso do Sul também devem sentir os efeitos da ventania. A recomendação dos especialistas é que a população esteja atenta às atualizações meteorológicas e evite áreas de risco até a passagem do fenômeno.