Defesa de Bolsonaro recorre da prisão domiciliar e pede análise urgente pelo STF

A defesa do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) recorreu nesta quarta-feira, 6 de agosto, da decisão do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), que determinou sua prisão domiciliar, o uso de tornozeleira eletrônica e a proibição de contato com outros investigados. No recurso, os advogados pedem que Moraes reconsidere a medida e, se isso não ocorrer, que o caso seja submetido com urgência ao plenário físico do STF. Segundo a defesa, “não houve o descumprimento das medidas cautelares impostas”, como alegado pelo ministro, que apontou o envolvimento indireto de Bolsonaro nas manifestações de domingo, por meio das redes sociais de aliados, com conteúdos que incentivavam ataques ao STF e defendiam intervenção estrangeira.

Moraes classificou a conduta do ex-presidente como “ilícita e dissimulada”, citando o uso de material pré-produzido, ligações com parlamentares durante protestos e tentativas de apagar provas, como fez o senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ). “A Justiça é cega, mas não é tola”, escreveu o ministro, ao justificar a decisão. Ainda assim, Moraes autorizou visitas de filhos, netos e cunhadas sem necessidade de aval prévio. Bolsonaro já é réu por tentativa de golpe de Estado, e a Procuradoria-Geral da República (PGR) pede sua condenação por crimes que somam até 44 anos de prisão, incluindo abolição violenta do Estado Democrático de Direito, golpe de Estado e associação criminosa.