Eduardo Leite critica prisão domiciliar de Bolsonaro e alerta para danos causados pela polarização política

O governador do Rio Grande do Sul disse que o país não pode seguir refém de um “cabo de guerra jurídico-político” e pediu reflexão sobre os impactos da polarização

O governador do Rio Grande do Sul, Eduardo Leite (PSDB), se manifestou na segunda-feira, 4 de agosto, sobre a decisão que determinou a prisão domiciliar do ex-presidente Jair Bolsonaro. Em publicação nas redes sociais, Leite afirmou receber o episódio “com desânimo” e demonstrou desconforto com o fato de um ex-chefe do Executivo ser preso antes de julgamento por um colegiado do Supremo Tribunal Federal (STF).

Sem questionar a legalidade da decisão, o governador destacou que, entre os cinco presidentes eleitos após a redemocratização, apenas Fernando Henrique Cardoso não enfrentou impeachment ou prisão. Para Leite, o caso reflete um padrão preocupante da política brasileira, marcada por um ambiente hostil e por um “cabo de guerra jurídico-político” que, segundo ele, paralisa o país.

O tucano questionou: “Até quando nossa energia será consumida na busca de exterminar adversários mais do que em erradicar os graves problemas do país?”. Ele ainda defendeu uma reflexão profunda sobre os efeitos da polarização e a necessidade de buscar alternativas. “Não é mais sobre qual lado tem razão, é sobre manter a serenidade e a esperança no Brasil que sonhamos e queremos ter”, escreveu.

Na íntegra, Leite afirmou:

“Como brasileiro, recebo com desânimo este episódio envolvendo a prisão domiciliar do ex-presidente Jair Bolsonaro. Não gosto da ideia de um ex-presidente não poder se manifestar, e gosto menos ainda de vê-lo ser preso por isso, antes ainda de ser julgado pelo órgão colegiado da Suprema Corte. Não discuto a legalidade ou a razão jurídica. Percebam que, de cinco presidentes eleitos após a redemocratização, apenas um, Fernando Henrique, não foi preso ou sofreu impeachment. Nosso país não merece seguir refém desse cabo de guerra jurídico-político que só atrasa a vida de todos há anos. Até quando vamos ficar dobrando a aposta pra ver o que acontece? Até quando nossa energia será consumida na busca de exterminar adversários mais do que em erradicar os graves problemas do país? Como nação, é hora de refletir sobre os graves danos da polarização e buscar novos caminhos. Não é mais sobre qual lado tem razão, é sobre manter a serenidade e a esperança no Brasil que sonhamos e queremos ter.”

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