Estados Unidos reagem à prisão domiciliar de Bolsonaro e ameaçam sancionar aliados de Alexandre de Moraes

Governo norte-americano classifica decisão do ministro do STF como ataque à democracia e promete responsabilizar quem colaborar com a medida

Os Estados Unidos condenaram na segunda-feira, 4 de agosto, a decisão do ministro Alexandre de Moraes, do STF (Supremo Tribunal Federal), de impor prisão domiciliar ao ex-presidente Jair Bolsonaro. A medida foi criticada pelo Escritório do Departamento de Estado para Assuntos do Hemisfério Ocidental, que afirmou que Moraes estaria usando as instituições brasileiras para “silenciar a oposição e ameaçar a democracia”.

No comunicado divulgado nas redes sociais, o órgão norte-americano classificou o ministro como “violador de direitos humanos sancionado pelos Estados Unidos” e declarou que qualquer pessoa que auxilie ou seja cúmplice da decisão será responsabilizada.

Impor ainda mais restrições à capacidade de Jair Bolsonaro de se defender em público não é um serviço público. Deixem Bolsonaro falar!”, afirma o texto oficial.

A decisão de Moraes foi publicada no domingo (3) e teve como motivação o suposto descumprimento reiterado de medidas cautelares, como a proibição de comunicação com investigados, autoridades estrangeiras e o uso de redes sociais. Além disso, Bolsonaro está impedido de receber visitas, exceto de seus advogados, e de utilizar telefone, diretamente ou por terceiros.

No mesmo dia, um episódio envolvendo o senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ) teria influenciado a nova determinação judicial. Durante manifestação em Copacabana, no Rio de Janeiro, o parlamentar realizou uma chamada de vídeo do pai com apoiadores, o que foi interpretado como quebra das restrições.

A Polícia Federal cumpriu mandado de busca e apreensão na residência do ex-presidente e apreendeu seu celular. A defesa de Bolsonaro afirmou que foi “surpreendida com a decretação de prisão domiciliar”, alegando que ele não descumpriu nenhuma decisão judicial anterior.

Além da prisão domiciliar, foram mantidas proibições já em vigor, como o contato com embaixadores e a aproximação de embaixadas ou autoridades estrangeiras. Também segue vedado o uso de redes sociais por Bolsonaro.

Informações Portal O Sul.

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