Golpe milionário contra idosos em SC lesou mais de 200 pessoas e envolveu advogados e empresas de fachada

Golpistas usavam ações judiciais fraudulentas e promessas de revisão bancária para enganar aposentados; operação entre lobos resultou na denúncia de 14 envolvidos

O Ministério Público de Santa Catarina (MPSC) denunciou 14 pessoas por envolvimento em um esquema criminoso que aplicava golpes milionários contra idosos, lesando 215 vítimas em cinco estados brasileiros: Santa Catarina, Ceará, Rio Grande do Sul, Bahia e Alagoas. A investigação resultou na Operação Entre Lobos, deflagrada na segunda-feira, 22 de julho, pelo GAECO com apoio da Polícia Civil.

O golpe utilizava ações judiciais fraudulentas e envolvia advogados, empresas de fachada e promessas enganosas de revisão bancária. As vítimas, em sua maioria aposentados, assinavam contratos de cessão de crédito com empresas fictícias como Ativa Precatórios e BrasilMais Precatórios, recebendo valores irrisórios em relação ao montante real a que teriam direito.

Grupo criminoso movimentou mais de R$ 6 milhões
De acordo com o MPSC, a organização operava de forma estruturada em cinco núcleos distintos:

A investigação revelou que vítimas com créditos de até R$ 146 mil receberam apenas R$ 2.500, o que representa cerca de 1,7% do valor total. Os alvarás judiciais eram direcionados diretamente para contas de escritórios de advocacia ligados ao grupo, dificultando o rastreamento do dinheiro.

Mandados cumpridos e bens apreendidos
Durante a operação, foram cumpridos 13 mandados de prisão e 35 de busca e apreensão em 12 cidades. Foram apreendidos R$ 115,7 mil em espécie, 6,7 mil dólares e euros, sete veículos e duas armas com 60 munições.

Cinco dos oito presos com mandado de prisão preventiva são advogados, sendo que quatro deles foram também denunciados por patrocínio infiel, crime em que o advogado age contra os interesses de seu próprio cliente.

Mais de 270 novas vítimas já procuraram o MPSC
Após a divulgação da operação, 274 novas vítimas relataram situações semelhantes ao MPSC e à Polícia Civil. O promotor de Justiça Edisson de Melo Menezes reforçou a importância da colaboração das vítimas:

“É fundamental que todas as vítimas se manifestem para que a investigação possa dimensionar adequadamente o alcance dos crimes e garantir a responsabilização dos envolvidos.”

Como denunciar
Quem se identificar como vítima pode procurar a Delegacia de Polícia Civil mais próxima ou entrar em contato pelos canais oficiais:

Todas as informações serão tratadas com sigilo absoluto.

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