O governador Eduardo Leite lançou nesta quarta-feira (13/8), em cerimônia no Palácio Piratini, o Centro de Referência Internacional em Estudos Relacionados às Mudanças Climáticas (Criec). Com um investimento total de R$ 34 milhões, provenientes do Fundo do Plano Rio Grande (Funrigs), o programa buscará promover soluções para que o Rio Grande do Sul possa se adaptar às mudanças climáticas, tornando-se uma referência para outras regiões vulneráveis.
Leite reforçou a necessidade de transformar as lições aprendidas com os eventos meteorológicos extremos em políticas de Estado, capazes de proteger a população e garantir um futuro sustentável para as próximas gerações. “Os fenômenos climáticos estão cada vez mais presentes e intensos. Nos últimos anos, o Rio Grande do Sul enfrentou enchentes históricas, estiagens severas e mais de dez episódios de inundações de grande impacto apenas entre 2023 e 2024, afetando profundamente nossa população. Não podemos olhar para esse cenário apenas com preocupação, precisamos nos preparar, usar a ciência e com planejamento mitigar os efeitos e reduzir riscos. É por isso que implantamos o Plano Rio Grande, estruturado para ir além de governos e se consolidar como política de Estado, com ações de reconstrução e de resiliência que avancem, para que possamos oferecer qualidade de vida às futuras gerações”, reforçou o governador.
Liderado por Leite, o Plano Rio Grande é um programa de Estado criado para proteger a população, reconstruir o Rio Grande do Sul e torná-lo ainda mais forte e resiliente, preparado para o futuro.
A secretária de Inovação, Ciência e Tecnologia, Simone Stülp, ressaltou o papel fundamental do Criec no fomento à pesquisa de excelência e à inovação dentro da estratégia do Plano Rio Grande. “Vamos fazer a articulação entre especialistas e instituições para desenvolver pesquisas que nos ajudem a enfrentar os efeitos globais e regionais das mudanças climáticas. Esse conhecimento vai embasar a criação de políticas públicas alinhadas às melhores práticas para os desafios da atualidade”, apontou.
Edital lançado
Para consolidar a criação do Criec, foi lançado, durante o evento, o primeiro de uma série de três editais, que, juntos, totalizarão os R$ 34 milhões anunciados. Neste momento, a Fundação de Amparo à Pesquisa do Rio Grande do Sul (Fapergs) destinará R$ 30 milhões para o financiamento de projetos de pesquisa em rede, incluindo ao menos três instituições científicas e tecnológicas (ICTs) e duas empresas ou organizações da sociedade civil. “É com muita alegria que colocamos à disposição da comunidade científica gaúcha recursos desse volume e, com isso, poderemos beneficiar a sociedade em relação ao enfrentamento das mudanças climáticas”, frisou o diretor-presidente da Fapergs, Odir Dellagostin.
Cada projeto poderá receber de R$ 1 milhão a R$ 3 milhões, com prazo de execução de 22 meses.
Os temas incluem:
- governança climática e gestão de riscos;
- educação, capacitação e conscientização;
- soluções baseadas na natureza e planejamento sustentável;
- monitoramento, previsão e mapeamento de riscos;
- e pesquisa, inovação e tecnologias climáticas.
As propostas deverão ser submetidas a partir de sexta-feira (15/8) até 2 de outubro. O cronograma completo e as demais informações do edital estarão disponíveis no site da Fapergs na quinta-feira (14/8).
O Criec
Coordenado pela Secretaria de Inovação, Ciência e Tecnologia (Sict), o Criec será formado por um conselho consultivo, que estabelecerá diretrizes e terá a participação de órgãos governamentais e externos, e grupos de trabalho de caráter temporário, que serão compostos por profissionais de destaque nas áreas de atuação do programa.
O Criec terá três eixos estruturantes:
- governança – com um núcleo gestor responsável pelas iniciativas do programa;
- pesquisa – com projetos em rede voltados à adaptação e mitigação dos efeitos das mudanças climáticas no Estado;
- mobilidade – com oportunidades de intercâmbio para capacitação de servidores públicos estaduais em outros centros de referência.
O Centro funcionará, inicialmente, dentro de uma ICT a ser definida. A partir de 2026, estará junto ao Sistema Estadual de Gestão Integrada de Riscos e Desastres (Segird), que é coordenado pela Defesa Civil do Estado e tem como base o Centro Administrativo de Contingência (CAC), em Porto Alegre.