Homem que matou mulher e três crianças é enforcado em praça pública no Irã

Um homem condenado por assassinar uma mulher e três crianças foi enforcado em praça pública na cidade de Kordkuy, na província de Golestan, no Irã. Sajad Molayi Hakani havia sido sentenciado à pena de morte sob a lei islâmica, na modalidade qisas, que prevê retaliação proporcional ao crime. A execução, realizada com o uso de um guindaste diante de uma multidão que incluía crianças, foi registrada em imagens amplamente divulgadas. A esposa de Hakani também deverá enfrentar a pena capital, mas em ambiente carcerário.

O episódio ocorre no mesmo período em que o líder supremo do Irã, Ali Khamenei, determinou o aumento do número de execuções no país. Organizações de direitos humanos afirmam que a intensificação dessa prática é usada como instrumento de intimidação política, visando reprimir manifestações contra o regime. Segundo opositores, apenas em junho deste ano pelo menos 176 prisioneiros foram executados. Relatos de ex-detidos, como Saeed Masouri, apontam ainda o uso de tortura psicológica, ameaças a familiares e julgamentos fraudulentos como métodos de repressão.

A repercussão internacional foi imediata. O Conselho Nacional de Resistência do Irã (CNRI) e parlamentares britânicos condenaram a escalada da violência estatal. Dowlat Nowrouzi, representante do CNRI no Reino Unido, destacou que a falta de responsabilização internacional permitiu que o regime agisse com impunidade, e cobrou que Khamenei e outros líderes sejam julgados por crimes contra a humanidade. Na mesma linha, Hossein Abedini, vice-diretor do CNRI, afirmou que os enforcamentos violam normas básicas do devido processo legal e são usados como “um instrumento político de repressão”.

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