Mulher acusada de matar e congelar corpo do marido vai a júri em SC

Caso que chocou o Meio-Oeste catarinense chega ao Tribunal do Júri com acusações de homicídio, ocultação de cadáver e falsidade ideológica

O julgamento de Cláudia Hoeckler, acusada de assassinar o marido, Valdemir Hoeckler, está marcado para esta quinta-feira (28) em Capinzal, no Meio-Oeste de Santa Catarina. A ré responderá por homicídio duplamente qualificado, ocultação de cadáver e falsidade ideológica. O crime, registrado em novembro de 2022, ocorreu em Lacerdópolis, município com pouco mais de 2 mil habitantes, e ganhou grande repercussão no estado. A sessão será pública, embora com medidas de segurança e acesso controlado.

De acordo com a denúncia, Cláudia teria dopado o companheiro, amarrado seus membros e provocado a morte por asfixia com uma sacola plástica. Para ocultar o crime, escondeu o corpo em um freezer dentro da residência e registrou um boletim de ocorrência alegando o desaparecimento do marido. Após prestar depoimento, ela fugiu antes de uma perícia em sua casa, o que levantou suspeitas. O cadáver foi encontrado no dia 19 de novembro de 2022, durante buscas que mobilizaram policiais, bombeiros e voluntários.

A defesa alega que Cláudia foi vítima de violência doméstica ao longo dos 20 anos de casamento, apontando episódios de agressões físicas, psicológicas, morais, financeiras e sexuais, além do afastamento da filha. O advogado da ré afirma que a acusada “precisou matar para não morrer” e ressalta que ela cumpriu todas as medidas cautelares quando esteve em liberdade provisória. Mesmo assim, o STJ determinou sua prisão preventiva em 2024, após recurso do Ministério Público, destacando a gravidade do caso e os riscos às investigações.

O júri popular decidirá agora se a ré será condenada ou absolvida. A expectativa é que a comunidade local acompanhe de perto o desfecho, já que o episódio abalou a rotina da pequena cidade. O caso se tornou símbolo de debate entre acusação e defesa: de um lado, o Ministério Público sustenta que houve crime cruel; de outro, a defesa tenta enquadrar a acusada como vítima de um ciclo de violência.

Caroline

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