Petrobras retoma venda de gás de cozinha após quase seis anos

Quase seis anos depois de deixar o varejo com a privatização da Liquigás, a Petrobras anunciou que voltará a atuar na distribuição de gás liquefeito de petróleo (GLP). A decisão foi aprovada pelo Conselho de Administração da estatal e comunicada ao mercado na noite desta quinta-feira (7), sem detalhes operacionais. A medida abre caminho para que a empresa volte a vender gás diretamente ao consumidor, algo que não ocorre desde 2019.
O retorno da Petrobras a esse segmento ocorre em meio às críticas do presidente Luiz Inácio Lula da Silva ao alto custo do botijão para as famílias. Em maio, ele afirmou que a estatal vende o gás por cerca de R$ 37 às distribuidoras, mas que o produto chega ao consumidor final por até R$ 120, atribuindo a diferença aos “atravessadores”. Lula também lembrou que, no passado, comprou a Liquigás com o objetivo de regular os preços e lamentou que atualmente quatro empresas concentrem 90% da distribuição nacional.
A Liquigás, que antes engarrafava, distribuía e comercializava o gás em todo o país, foi vendida em 2019 por aproximadamente R$ 4 bilhões a um consórcio formado por Copagaz, Itaúsa e Nacional Gás, com a privatização concluída no ano seguinte. Já a outra grande distribuidora da estatal, a BR Distribuidora — hoje Vibra — teve seu controle vendido no mesmo período, embora ainda mantenha a marca “Petrobras” em muitos postos.
No novo planejamento estratégico, a Petrobras não apenas retoma o setor de GLP, como também estabelece diretrizes para integrar essa operação aos demais negócios no Brasil e no exterior, além de oferecer soluções de baixo carbono aos clientes. A decisão sinaliza um reposicionamento no mercado, com possível impacto sobre a concorrência e os preços para o consumidor final.