Polícia Civil do RS desarticula grupo criminoso que invadia contas de médicos gaúchos
Polícia Civil cumpre mandados em três estados e prende suspeitos de fraudes e lavagem de dinheiro em ação contra organização especializada em crimes cibernéticos

Na manhã desta terça-feira, 12 de agosto, a Polícia Civil do Rio Grande do Sul deflagrou a Operação Medici Umbra II, com o objetivo de desarticular um grupo criminoso especializado em estelionatos, falsificação de documentos, invasão de dispositivos informáticos e lavagem de capitais. A ação foi coordenada pela Delegacia de Repressão aos Crimes Patrimoniais Eletrônicos do Departamento Estadual de Repressão a Crimes Cibernéticos (DRCPE/Dercc).
Foram cumpridos três mandados de prisão preventiva e três mandados de busca e apreensão nos municípios de São Paulo (SP), Ananindeua (PA) e Vila Velha (ES), contra uma célula criminosa responsável por golpes que começaram com a invasão de contas de médicos gaúchos. Três pessoas foram presas, e foram apreendidos aparelhos celulares, dinheiro e cartões.
A operação contou com apoio da Polícia Civil de São Paulo, por meio da Divisão de Crimes Cibernéticos (DCCIBER), da Polícia Civil do Pará, por meio da Diretoria Estadual de Combate a Crimes Cibernéticos (DECCC), e do Departamento Especializado de Investigações Criminais (Deic) da Polícia Civil do Espírito Santo. Participaram cerca de 30 policiais civis dos quatro estados.
As investigações começaram em janeiro, após um médico registrar ocorrência relatando que sua conta de e-mail e perfil no gov.br foram invadidos. Com os dados obtidos, criminosos tentaram movimentar mais de R$ 700 mil em uma corretora de investimentos. Outros quatro médicos também foram identificados como vítimas, com prejuízo total de aproximadamente R$ 80 mil.
Durante a primeira fase da operação, em junho, cinco familiares envolvidos foram presos em São Paulo. Na segunda fase, análises de celulares revelaram novos integrantes: um homem de 44 anos, responsável pela logística financeira e pelo recrutamento de pessoas semelhantes às vítimas para criar documentos falsos; um jovem de 20 anos, conhecido como “Menor do Painel”, que fornecia dados sigilosos usando um robô de consultas; e um homem de 29 anos, já preso anteriormente, que fabricava documentos falsos.
O nome “Medici Umbra”, que significa a sombra dos médicos, faz referência ao uso das identidades e reputações dos profissionais para a prática dos crimes. A Polícia Civil reforçou o compromisso de investigar e responsabilizar todos os envolvidos em organizações criminosas, especialmente no âmbito de crimes cibernéticos.