Surto de fentanil contaminado choca a Argentina e revela falhas graves no controle sanitário

A crise sanitária na Argentina causada por fentanil contaminado já vitimou 100 pessoas, com outras nove mortes ainda sob investigação. As primeiras notificações surgiram em maio, mas o escândalo tomou grandes proporções nas últimas semanas diante da lentidão na resposta das autoridades. O medicamento, distribuído em diversos centros de saúde, foi associado à presença das bactérias Klebsiella pneumoniae e Ralstonia pickettii, responsáveis por um surto infeccioso fatal. As investigações abrangem cerca de 200 hospitais, onde os lotes contaminados foram administrados.

A investigação aponta o laboratório HLB Pharma Group S.A., de propriedade de Ariel Garcia Furfaro, como responsável pelos medicamentos comprometidos. A Anmat (Administração Nacional de Medicamentos, Alimentos e Tecnologia Médica) já havia interditado a empresa e proibido sua atividade produtiva meses antes da primeira morte, segundo o governo. Apesar disso, a circulação do fentanil contaminado não foi contida a tempo. Pelo menos 24 pessoas estão sendo investigadas, com bens apreendidos pela Justiça — porém, nenhuma prisão foi efetuada até agora.

A empresa nega envolvimento direto, alegando que os pacientes já enfrentavam condições críticas e que o escândalo seria uma armação midiática, orquestrada por um ex-sócio. Enquanto isso, o presidente Javier Milei politizou a crise, culpando opositores ligados ao kirchnerismo por protegerem os responsáveis e inflamando a disputa eleitoral ao declarar que “pessoas de bem não podem deixar isso impune”. Seu discurso ocorreu em La Plata, durante ato de campanha para as eleições legislativas de outubro.

Humaniza

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