Crise diplomática cresce com envio de tropas, hasteamento de bandeiras e sobrevoos militares em território contestado na tríplice fronteira amazônica.
A disputa entre Colômbia e Peru pela posse da Ilha Santa Rosa, situada na tríplice fronteira amazônica com o Brasil, atingiu um nível crítico nos últimos dias. O governo peruano respondeu às declarações do presidente colombiano, Gustavo Petro, deslocando militares e hasteando dezenas de bandeiras nacionais na ilha, enquanto as Forças Armadas da Colômbia reforçaram o contingente na cidade de Letícia, localizada quase em frente ao território contestado.
O impasse histórico ganhou força após Bogotá acusar Lima de se apropriar ilegalmente da ilha, formada por sedimentação no rio Amazonas e considerada pelo Peru como parte de sua jurisdição desde o Tratado de 1929. Petro afirma que a ilha não consta no acordo e cobra uma nova convenção para redistribuição das margens do rio.
Na quinta-feira, 7 de agosto, Petro transferiu para Letícia as comemorações da vitória colombiana sobre a Espanha, enquanto o primeiro-ministro peruano, Eduardo Arana, visitou a região. A imprensa local relatou ainda um suposto sobrevoo de aeronaves colombianas em espaço aéreo do Peru.
Pesquisas apontam que mudanças no leito do rio Amazonas podem, até 2030, cortar o acesso colombiano ao rio, elevando o risco de que a tensão diplomática evolua para uma crise internacional com impactos geopolíticos e econômicos na Amazônia.