Associações destacam riscos de cegueira e reforçam combate ao mercado ilegal após nove casos de intoxicação registrados no estado
Duas mortes por ingestão de bebidas adulteradas com metanol em São Paulo levaram a Associação Brasileira de Bebidas (Abrabe) e a Associação Brasileira de Neuro-oftalmologia (ABNO) a emitirem alertas sobre os riscos da prática criminosa. Nos últimos 25 dias, nove pessoas foram intoxicadas após o consumo de produtos falsificados.
A Abrabe manifestou “profunda preocupação e solidariedade às vítimas e familiares” e destacou sua atuação no combate ao mercado ilegal de bebidas. A entidade informou que, apenas em 2025, foram apreendidos mais de 160 mil produtos falsificados, além de insumos e equipamentos utilizados para falsificação.
Segundo a nota, a associação mantém o compromisso com a proteção do consumidor e seguirá colaborando com os governos federal e estadual para reforçar a segurança do mercado.
Já a ABNO alertou para os graves riscos do consumo de metanol, que pode causar neuropatia óptica e levar à perda irreversível da visão. Os sintomas de intoxicação surgem entre 12 e 24 horas após o consumo e incluem dor de cabeça, náuseas, vômitos, dor abdominal, confusão mental e visão turva súbita ou até cegueira.
De acordo com a associação, o diagnóstico deve ser feito a partir da história clínica e exames laboratoriais. O tratamento exige rapidez, com uso de antídotos como etanol venoso, bicarbonato para correção da acidez sanguínea, vitaminas (ácido fólico ou folínico) e, em casos graves, hemodiálise.
A situação levou a Secretaria Nacional do Consumidor (Senacon) e o Conselho Nacional de Combate à Pirataria e Delitos contra a Propriedade Intelectual (CNCP) a divulgarem nota técnica com recomendações urgentes aos estabelecimentos que comercializam bebidas alcoólicas no estado.
O alerta reforça a necessidade de atenção da população e fiscalização intensiva para coibir a circulação de bebidas adulteradas.