Clarice Chwartzmann, referência nacional no churrasco e símbolo de empoderamento feminino, faleceu neste sábado (13), aos 60 anos, após sofrer um infarto no Ceará. Ela chegou a ser transferida para uma UTI em São Paulo, mas não resistiu à insuficiência cardíaca. Natural de Passo Fundo, Clarice formou mais de 3 mil mulheres na arte do assado e ficou conhecida por abrir espaço para o público feminino em um território historicamente dominado por homens. O corpo será cremado em cerimônia íntima, e uma despedida pública está sendo organizada pela família em Porto Alegre.
Apaixonada pelo fogo desde a infância, Clarice aprendeu a assar carnes com o pai e, décadas depois, transformou esse talento em missão de vida. Publicitária de formação, tornou-se mestre churrasqueira, palestrante, autora e jurada de programas de TV, conquistando visibilidade nacional sem jamais perder a leveza e o afeto que a caracterizavam. Em 2025, lançou o livro Do zero à magia da brasa, com dicas, técnicas e histórias afetivas sobre o churrasco. Também atuou como consultora no projeto Porto Alegre – Capital Mundial do Churrasco e participou de programas como “É de casa”, “Cozinheiros em ação” e “Saia Justa”.
Antes de mergulhar no universo gastronômico, trabalhou com Eva Sopher na captação de recursos para o Multipalco do Theatro São Pedro, e celebrou a conclusão do projeto neste ano com entusiasmo. Clarice acreditava que o churrasco podia ser um espaço de igualdade e união, e levava essa filosofia às aulas, eventos e entrevistas, sempre reforçando que mulheres não queriam ser melhores, mas sim ter o direito de ocupar seu lugar ao redor do fogo. Sua morte deixa saudade, mas seu legado permanece aceso — como uma brasa que continua queimando, inspirando e reunindo pessoas.