Comunidade terapêutica é fechada no RS após denúncias de maus-tratos e internações forçadas

Polícia e Vigilância Sanitária encontraram indícios de violência, falta de alimentação adequada e apropriação de bens de acolhidos em Novo Hamburgo

Uma operação conjunta da Polícia Civil e da Vigilância Sanitária resultou na interdição de uma comunidade terapêutica em Novo Hamburgo, na Região Metropolitana de Porto Alegre. O local, que abrigava cerca de 30 pessoas em tratamento, foi alvo de denúncias anônimas encaminhadas ao Disque 100, canal destinado a violações de direitos humanos. Além das denúncias de maus-tratos, autoridades constataram falhas graves na estrutura e no funcionamento do espaço.

De acordo com a delegada Marina Goltz, os relatos colhidos apontam que internos eram submetidos a socos no rosto e golpes do tipo mata-leão caso desobedecessem regras impostas. Também foram identificadas situações de permanência involuntária, ausência de alimentação suficiente, falta de equipe técnica adequada e restrição ao direito de interromper o tratamento. Alguns acolhidos ainda mencionaram castigos com medicamentos.

Durante a fiscalização, representantes da Secretaria de Desenvolvimento Social e Habitação e da Guarda Municipal acompanharam os agentes. Embora irregularidades tenham sido comprovadas, ninguém foi preso, já que não houve flagrante no momento da operação. Os internos foram direcionados às suas famílias, enquanto a polícia segue investigando a possível apropriação indevida de pertences dos acolhidos.

Os responsáveis pelo espaço, cujo nome não foi divulgado, terão um prazo de 15 dias para apresentar defesa. Enquanto isso, as autoridades reforçam que o caso seguirá em apuração para responsabilizar os gestores e garantir proteção às vítimas que passaram pelo local.

Promedseg

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