Conselho de Representantes Estaduais debate tarifas dos EUA, desafios fronteiriços e integração sul-americana com Itamaraty
Órgão é presidido pelo secretário-executivo do Escritório de Representação do Rio Grande do Sul em Brasília, Henrique Pires

O Conselho de Representantes Estaduais (Conrep) – presidido pelo secretário-executivo do Escritório de Representação do Rio Grande do Sul em Brasília (EBSB), Henrique Pires – realizou, em parceria com o Ministério de Relações Exteriores (MRE), uma reunião na segunda-feira (8/9) para debater assuntos internacionais de interesse dos Estados. O evento foi realizado na sede do Instituto Rio Branco, em Brasília. Os participantes trataram de questões tarifárias, desafios fronteiriços e prioridades para a integração regional sul-americana – com destaque para a implantação de corredores bioceânicos, ligando o Atlântico ao Pacífico, que favorecerá a abertura do mercado asiático para produtos brasileiros.
A reunião foi comandada pela embaixadora Gisela Padovan, secretária para América Latina e Caribe do Itamaraty. Sobre questões tarifárias, o embaixador Philip Gough, secretário de Assuntos Econômicos e Financeiros, falou sobre como o Brasil está se reposicionando no mercado internacional diante das tarifas impostas pelos Estados Unidos. Assessores e conselheiros do Itamaraty também trataram da integração fronteiriça em áreas como segurança, meio ambiente, infraestrutura e Estratégia Nacional de Fronteiras – sobre a qual os Estados poderão contribuir.
Pires lembrou que o Brasil possui mais de 16 mil quilômetros de fronteira, abrangendo 11 unidades da federação e 588 municípios. “Embora os desafios variem entre municípios do Norte e do Sul, há espaço para ampliar políticas de integração e trocar experiências, como ocorre em cidades gêmeas, a exemplo de Santana do Livramento (Brasil) e Rivera (Uruguai)”, destacou.
“Muitos Estados, como o Rio Grande do Sul, têm fronteiras com outros países e conhecem os desafios e as oportunidades que ali se apresentam. O Itamaraty precisa dos Estados para saber quais são as preocupações e as necessidades, para que o governo federal possa atuar”, explicou Gisela.
A reunião foi a primeira de uma série que visa fortalecer a cooperação internacional e melhorar a qualidade de vida da população fronteiriça. Também foram lembradas as fronteiras aéreas e marítimas, incluindo a extensa faixa do Atlântico, que também demandam atenção em políticas públicas nacionais.