O humorista Cris Pereira, conhecido por personagens como Jorge da “Praça é Nossa”, quebrou o silêncio após a divulgação de informações sobre um processo judicial que corria sob sigilo e no qual foi condenado por estupro de vulnerável. Em pronunciamento nas redes sociais, ele declarou que foi “absolvido em primeira instância com méritos” e criticou o vazamento do caso à imprensa.
O processo, que tramita sob segredo de Justiça por envolver uma criança menor de idade. Apesar da absolvição inicial, o Tribunal de Justiça do Rio Grande do Sul (TJ-RS), por meio da 7ª Câmara Criminal, condenou o artista a 18 anos, 4 meses e 15 dias de prisão em regime fechado.
Segundo a defesa, a decisão de primeira instância teria reconhecido falta de provas para autoria ou existência do fato, resultando em absolvição. No entanto, a decisão da segunda instância considerou novas provas, inclusive documentos apresentados pela acusação, levando à condenação. A sentença ainda não transitou em julgado, o que permite novos recursos.
No vídeo divulgado, Pereira afirmou que sempre colaborou com a Justiça, participou de todos os exames e diligências exigidas e que todos os resultados teriam sido favoráveis a ele. “Todos os testes que era pra ser feito, todas as provas que precisava fazer, eu fiz. Todas. E todas foram favoráveis”, declarou. O humorista também disse que não se pronunciou antes por estar em turnê e seguir orientação jurídica, respeitando o segredo de justiça.
O artista criticou duramente o que chamou de “exposição indevida”, lamentou a forma como o caso foi retratado pela mídia e disse que vem enfrentando o momento com apoio da família. “Minha família é meu alicerce. Meus filhos são o que me sustentam emocionalmente.”
Ele também afirmou que tem cinco filhos e que sempre se colocou como pai de forma “afetiva e presente”. Citou ainda que suas filhas mais velhas viviam com ele até recentemente e que segue firme, “de peito aberto e cabeça erguida”.
A declaração pública marca uma tentativa do artista de apresentar sua versão diretamente ao público, em meio à comoção causada pela gravidade da acusação. Ao final de sua fala, ele reforçou sua fé na Justiça: “A justiça divina é certa, mas eu continuo acreditando na justiça dos homens com todas as minhas forças.”
O caso evidencia a complexidade de processos que correm sob sigilo, principalmente quando envolvem crianças. A divergência entre as decisões de primeira e segunda instância, aliada à falta de acesso público aos autos, gera um cenário de incertezas.
O desfecho do processo dependerá do julgamento dos recursos cabíveis, e qualquer conclusão definitiva ainda depende da análise judicial completa. Enquanto isso, o caso permanece cercado de atenção pública, polarização de opiniões e reflexões sobre o papel da imprensa, do sigilo legal e da responsabilização com base em provas.