Erro em dosagem leva três profissionais a responder por homicídio culposo no RS

Paciente morreu após receber dez vezes mais remédio do que o prescrito; caso expôs falhas graves no hospital

O caso da morte de Alexandre Moraes de Lara, de 28 anos, voltou a ganhar destaque após a Justiça tornar rés três profissionais de saúde acusadas de envolvimento na superdosagem que o deixou em estado vegetativo por quatro anos e resultou em sua morte em abril de 2025. O episódio ocorreu em um hospital de Porto Alegre, quando ele recebeu 300 miligramas de propafenona em vez dos 30 prescritos, o que provocou uma parada cardiorrespiratória.

A denúncia inicial do Ministério Público era por lesão corporal culposa, mas com a morte do paciente foi alterada para homicídio culposo, com agravamento pela inobservância de normas técnicas. As rés são uma médica que acompanhava Lara no momento do atendimento e duas técnicas de enfermagem cujos nomes não foram divulgados. A defesa da médica ainda não se manifestou sobre a decisão judicial.

De acordo com relatos da família, a origem do erro começou na farmácia do hospital, que cadastrou a dose incorreta no sistema. Apesar disso, a investigação concluiu que houve falha na conferência da prescrição. Testemunhas afirmaram que até um enfermeiro chegou a alertar sobre a quantidade incomum, mas a aplicação foi autorizada. Um documento assinado pela direção do hospital confirmou que a medicação entregue pela farmácia divergiam tanto da receita médica quanto do registro eletrônico.

A delegada responsável pelo inquérito destacou que as provas indicaram negligência da médica, afastada logo após o ocorrido. Para ela, cabia à profissional questionar a dosagem antes da administração. Além das responsabilidades individuais, a investigação também expôs falhas nos procedimentos internos do hospital, especialmente no cadastro de medicamentos, apontados como fator determinante para a tragédia.

Com informações de GZH, foto arquivo pessoal.

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