O litoral de São Paulo foi palco de um crime de grande repercussão nesta segunda-feira (15). Ruy Ferraz Fontes, ex-delegado-geral da Polícia Civil e secretário de Administração de Praia Grande, foi executado a tiros enquanto dirigia pela Avenida Dr. Roberto de Almeida Vinhas, no bairro Nova Mirim. Testemunhas relataram que homens armados desceram de outro veículo e dispararam diversas vezes contra o carro de Fontes, que não resistiu aos ferimentos. O Samu foi acionado, mas apenas confirmou o óbito.
Durante o atentado, um homem e uma mulher que passavam pela via foram atingidos por balas perdidas. Ambos receberam atendimento de urgência e foram levados ao Hospital Municipal Irmã Dulce, onde permanecem em estado estável e sem risco de morte. Pouco depois, a Polícia Militar localizou o automóvel utilizado na emboscada e iniciou buscas para identificar e prender os criminosos. A Prefeitura de Praia Grande lamentou publicamente a morte de seu secretário.
Com uma carreira marcada pelo enfrentamento ao crime organizado, Fontes tornou-se figura de destaque na Polícia Civil. Entre 2019 e 2022, liderou a corporação como delegado-geral e coordenou a transferência de chefes do PCC para presídios federais, uma medida estratégica para enfraquecer a facção. Antes disso, ainda no início dos anos 2000, ganhou notoriedade ao chefiar investigações no Deic, que resultaram na prisão de lideranças da organização criminosa, incluindo Marcola. Sua atuação foi crucial durante os violentos ataques promovidos pelo PCC em 2006.
Formado em Direito, com especialização em Direito Civil, Fontes acumulava mais de quatro décadas de experiência na polícia e também atuou como professor de Criminologia e Direito Processual Penal. Fez cursos no Brasil, França e Canadá, consolidando-se como um dos principais especialistas em segurança pública. Desde 2023, ocupava o cargo de secretário em Praia Grande, função interrompida tragicamente por uma emboscada que reforça a gravidade da luta contra o crime organizado no país.