A Justiça do Rio Grande do Sul condenou dois ex-funcionários do Hospital de Caridade de Ijuí a 4 anos e 6 meses de prisão em regime semiaberto por envolvimento na receptação de medicamentos usados no tratamento contra o câncer. Ambos ocupavam cargos de confiança na instituição e foram responsabilizados por permitir a entrada dos remédios de origem ilícita. A defesa informou que irá recorrer da decisão e buscar provar a inocência dos réus.
O esquema foi descoberto após o roubo de uma carga de medicamentos em Minas Gerais, em 2019. Os produtos foram desviados para uma distribuidora sem credenciamento, localizada em Nova Iguaçu (RJ), de onde foram adquiridos pelo hospital por cerca de R$ 600 mil. A identificação dos remédios foi possível graças aos selos holográficos nas embalagens, que permitiram rastrear a procedência ilegal.
Segundo a sentença, os ex-funcionários sabiam da suspeita sobre a origem dos medicamentos e ainda assim efetuaram a compra. A Justiça ressaltou que os remédios foram utilizados em pacientes em situação de extrema vulnerabilidade, sem comprovação de eficácia, resultando em atrasos nos tratamentos e desabastecimento na unidade. O hospital afirmou que afastou os envolvidos assim que o caso veio à tona e destacou que não é parte no processo judicial. O ex-presidente da instituição foi absolvido por falta de provas.