A possibilidade de um asteroide atingir a Lua em 2032 tem mobilizado especialistas da NASA e de outras agências espaciais internacionais. O objeto, batizado de 2024 YR4, tem cerca de 60 metros de diâmetro e 4% de chance de colidir com a superfície lunar em dezembro daquele ano. Embora o impacto direto não represente perigo imediato à vida na Terra, o evento poderia lançar uma grande quantidade de poeira e detritos no espaço, multiplicando em até mil vezes a presença de micrometeoroides na órbita terrestre. Isso colocaria em risco satélites, missões espaciais e astronautas em estações como a ISS.
Diante do risco, os cientistas consideram duas estratégias principais: desviar ou destruir o asteroide. A deflexão — ou mudança de trajetória — é considerada a alternativa mais segura, mas a incerteza sobre a massa do corpo celeste, estimada entre 51 milhões e 711 milhões de quilos, dificulta os cálculos para uma ação precisa. Um empurrão mal calculado poderia ser ineficaz ou até mesmo desviar o asteroide para uma rota perigosa em direção à Terra. O prazo para enviar missões de reconhecimento e tomar decisões concretas vai até 2028, com a janela de lançamento para ações efetivas prevista entre 2029 e 2032.
Com o tempo apertado e as muitas variáveis envolvidas, a destruição do asteroide também é considerada. Entre as opções avaliadas está um impacto cinético, como o da missão DART em 2022, que fragmentou outro asteroide. A proposta mais polêmica, no entanto, prevê o uso de uma explosão nuclear de 1 megaton próxima à superfície do 2024 YR4, o que garantiria sua neutralização, independentemente de sua massa. Apesar da chance de colisão ser baixa — 96% de probabilidade de o objeto apenas passar —, os pesquisadores veem o caso como um exercício valioso para testar e aprimorar estratégias de defesa planetária.








