As primeiras análises do acidente com o Elevador da Glória, em Lisboa, indicam que a tragédia foi causada pelo rompimento do cabo que conectava as duas cabines do sistema. Segundo o Gabinete de Prevenção e Investigação de Acidentes com Aeronaves e de Acidentes Ferroviários (GPIAAF), a falha ocorreu no ponto de fixação do cabo dentro da cabine nº 1, que partiu do topo da Calçada da Glória. As autoridades confirmaram que os demais componentes do sistema, como o volante de inversão e as polias, estavam em bom estado, sem sinais de desgaste ou defeito.
A empresa municipal Carris, responsável pelo transporte, afirmou que todos os protocolos de manutenção estavam em dia e foram entregues às autoridades. No entanto, o sistema de frenagem de emergência falhou, permitindo que o vagão em descida perdesse o controle e colidisse contra um edifício. O presidente da Ordem dos Engenheiros de Portugal, Fernando de Almeida Santos, destacou que a tecnologia usada no funicular é considerada obsoleta, especialmente diante do crescimento no número de passageiros. Ele defende a modernização urgente do sistema.
O acidente, ocorrido na quarta-feira, 3 de setembro, deixou 16 mortos e cerca de 20 feridos, muitos em estado grave. O Elevador da Glória, inaugurado em 1885, é um dos principais pontos turísticos de Lisboa e liga o centro da cidade ao Bairro Alto. Cada uma das cabines transportava até 42 pessoas. As imagens do local mostraram o bondinho completamente destruído, enquanto equipes de emergência trabalhavam na retirada das vítimas. As investigações continuam para apurar responsabilidades e evitar novas tragédias.