A Venezuela vive uma nova onda de tensão após o presidente Nicolás Maduro convocar civis, milicianos e reservistas para um treinamento militar emergencial. O anúncio foi feito durante um ato político do PSUV em Caracas, onde o líder chavista declarou que a população precisa aprender a manejar armas e se preparar para a defesa nacional. Segundo ele, trata-se de uma medida de “treinamento tático necessário” diante da conjuntura atual.
A decisão surge após os Estados Unidos deslocarem oito navios de guerra para o sul do Caribe, equipados com cerca de 1,2 mil mísseis. Embora Washington afirme que a operação está ligada ao combate ao tráfico de drogas, Caracas interpretou o movimento como uma ameaça direta à soberania venezuelana. Em resposta, além da convocação popular, o governo enviou 25 mil soldados para áreas de fronteira e para a costa caribenha.
De acordo com Maduro, a mobilização civil será realizada em 312 unidades militares espalhadas pelo país, onde os participantes aprenderão técnicas de combate e uso de armas. O presidente reforçou que o objetivo é preparar a população para resistir a qualquer tentativa de intimidação. “Quem quer paz, prepare-se para defendê-la”, declarou em seu discurso transmitido pela TV estatal, no qual chegou a cantar e dançar antes de conclamar os venezuelanos às armas.
Assim, a retórica do governo chavista se intensifica em meio à presença militar americana na região. Para Maduro, o que os EUA chamam de operação antidrogas nada mais é do que uma estratégia de pressão política. A resposta venezuelana, segundo ele, é apostar na união entre Forças Armadas e sociedade civil para garantir a defesa do território nacional frente ao que considera uma ofensiva externa.