Moraes vota para manter delação premiada de Mauro Cid

Ministro relator do caso afirmou que argumentos das defesas dos réus “beiram a litigância de má-fé” por alegarem versões conflitantes

Nesta terça-feira, 9 de setembro, o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), votou a favor da validade da delação premiada do tenente-coronel Mauro Cid. O ex-ajudante de ordens de Jair Bolsonaro deu detalhes de uma trama golpista que, segundo as investigações, teria agido para manter o ex-presidente no poder após a derrota nas eleições de 2022.

Moraes, que é o relator do caso e o primeiro a votar, classificou como falsas as acusações de que Cid teria dado quase dez versões diferentes sobre os fatos investigados. O ministro destacou que os argumentos das defesas dos outros sete réus “beiram a litigância de má-fé” e que os múltiplos depoimentos do delator trataram de fatos distintos, e não de versões sobrepostas.

O ministro reconheceu que houve omissão nos depoimentos de Cid, mas que ela foi sanada após uma audiência. Moraes afirmou que essa e outras possíveis omissões não seriam suficientes para anular a colaboração premiada, mas poderiam levar a uma redução ou anulação de benefícios futuros.

O julgamento, que pode condenar Bolsonaro e outros sete aliados, foi retomado nesta terça-feira e terá continuidade até a próxima sexta-feira, 12 de setembro. Os réus respondem pelos crimes de organização criminosa armada, tentativa de abolição violenta do Estado Democrático de Direito, golpe de Estado, dano qualificado e deterioração de patrimônio tombado.


Fonte: Agência Brasil

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