Remédio brasileiro inédito reverte lesão na medula espinhal e faz homem tetraplégico voltar a andar

Medicamento experimental desenvolvido pela UFRJ, feito a partir de placenta humana, foi aplicado em sigilo e mostrou resultados impressionantes em seis pacientes com lesões graves na medula espinhal

A ciência brasileira acaba de alcançar um marco histórico. Um medicamento experimental desenvolvido na Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) conseguiu reverter lesões na medula espinhal e fazer com que pacientes tetraplégicos recuperassem os movimentos, incluindo a capacidade de andar. Entre os beneficiados está Bruno Freitas, de 31 anos, que ficou tetraplégico em 2018 após um acidente de carro e hoje leva uma vida normal, caminha e pratica esportes.

O tratamento, feito com uma molécula extraída da placenta humana chamada laminina, foi administrado 24 horas após o acidente. Segundo os pesquisadores, a laminina tem o poder de regenerar neurônios e restabelecer a comunicação entre o cérebro e o corpo. O medicamento, batizado de Polilaminina, foi desenvolvido ao longo de 25 anos de pesquisa liderada pela professora Tatiana Coelho de Sampaio, com apoio de biólogos da UFRJ e do laboratório brasileiro Cristália.

Prazer, Cobaia Zero aqui! Minha gratidão eterna pela UFRJ, Tatiana, minha família e todos envolvidos na minha recuperação. Torcendo para que seja liberado logo e ajude o máximo de pessoas no mundo”, declarou Bruno Freitas nas redes sociais.

O tratamento é administrado diretamente na medula espinhal em até seis dias após a lesão, com doses mínimas – apenas um micrograma por quilo. Desde 2018, seis pacientes com lesões completas e perda total de movimentos (grau A) participaram dos testes sigilosos e todos apresentaram avanços significativos, segundo a equipe de pesquisadores.

Entre os casos de sucesso está também o da atleta paralímpica de rugby Hawanna Cruz Ribeiro, de 27 anos, que ficou tetraplégica após uma queda de dez metros em 2017. Três anos depois, ela recebeu a Polilaminina e relatou:
Recuperei entre 60% e 70% do controle do meu tronco. Sinto que a sensibilidade na minha bexiga voltou, mas ainda não sou independente nessa questão. Não tenho nenhuma dúvida da minha melhora.”

Além dos testes em humanos, animais com lesões espontâneas também se recuperaram totalmente da marcha, e em ratos de laboratório os efeitos da regeneração começaram em apenas 24 horas. Nenhum efeito colateral foi identificado até o momento, e até mesmo lesões antigas responderam positivamente ao tratamento.

Apesar dos resultados promissores, o medicamento ainda não foi aprovado pela Anvisa, nem publicado em revistas científicas, o que impediu a divulgação anterior do estudo para manter o sigilo e proteger o ineditismo do método. Agora, o laboratório Cristália aguarda, há quase três anos, a autorização para realizar os estudos clínicos ampliados.

Segundo informações do jornal Estado de Minas, a autorização da Anvisa pode sair dentro de um mês. Hospitais como o Hospital das Clínicas e a Santa Casa de São Paulo já estão preparados para iniciar as aplicações assim que a liberação ocorrer.

O próximo passo será a fase 1 dos ensaios clínicos regulatórios, etapa fundamental para validação científica. A expectativa é que o tratamento possa, em breve, estar disponível para milhares de pessoas em todo o mundo que vivem com lesões na medula espinhal.

Uma salva de palmas para a ciência brasileira e para todos os envolvidos nesse avanço revolucionário!

Com informações de Só Notícia Boa.

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