Teste que detecta sinais de autismo em bebês é incorporado ao SUS e já está disponível em todo o Brasil

Ferramenta de triagem precoce para autismo começa a ser aplicada por profissionais da atenção primária, permitindo intervenções antes mesmo do diagnóstico fechado
Mais um avanço importante para a saúde pública brasileira: o teste que ajuda na detecção precoce do transtorno do espectro autista (TEA) em bebês de 16 a 30 meses passa a ser oferecido gratuitamente pelo Sistema Único de Saúde (SUS). A iniciativa, anunciada pelo Ministério da Saúde, visa ampliar o cuidado com o desenvolvimento infantil e garantir intervenções mais eficazes desde os primeiros sinais.
Segundo a pasta, o exame será realizado por profissionais da atenção primária como parte da rotina de acompanhamento das crianças. A detecção antecipada permite que estímulos e terapias adequadas sejam aplicados ainda antes da confirmação diagnóstica.
“A atuação precoce é fundamental para a autonomia e a interação social futura das crianças”, afirmou o ministério em nota oficial.
O ministro da Saúde, Alexandre Padilha, reforçou que a nova estratégia de cuidado não depende do diagnóstico fechado para começar os atendimentos.
“Isso tem um impacto muito grande no desenvolvimento dessas crianças”, destacou.
Como funciona o novo teste
Chamado M-Chat, o teste consiste em um questionário simples que identifica sinais de autismo já nos primeiros anos de vida. Com base nas respostas, os profissionais podem orientar as famílias sobre os cuidados e estímulos necessários, favorecendo um desenvolvimento mais saudável e integrado.
O questionário será acessado por meio da Caderneta Digital da Criança e do prontuário eletrônico E-SUS. Já os protocolos de intervenção estarão descritos no novo Guia de Intervenção Precoce, que entra em consulta pública nesta terça-feira, 23 de setembro.
Tratamento individualizado e rede de apoio
A nova linha de cuidado também incorpora o Projeto Terapêutico Singular (PTS), que estabelece planos de tratamento personalizados, elaborados em conjunto com equipes multiprofissionais e familiares.
Além disso, foram definidos os fluxos de encaminhamento entre os Centros Especializados em Reabilitação (CER) e os serviços de saúde mental, especialmente para casos em que houver sofrimento psíquico associado.
O acolhimento às famílias é outra prioridade. O ministério vai implementar no SUS o programa de treinamento de habilidades para cuidadores, da Organização Mundial da Saúde (OMS), voltado para famílias de crianças com autismo ou atraso no desenvolvimento.
A medida é essencial para promover práticas no ambiente domiciliar, aliviar a sobrecarga familiar e fortalecer os vínculos afetivos com as crianças.
Prevalência e impacto
De acordo com o IBGE, cerca de 1% da população brasileira vive com TEA, e 71% dessas pessoas têm outras deficiências associadas. Com a incorporação do teste ao SUS, o governo pretende fortalecer o cuidado contínuo desde a atenção básica até os serviços especializados, garantindo mais qualidade de vida e inclusão às crianças e suas famílias.
Informações Só Noticia Boa.