Trigo argentino pressiona mercado e derruba preços no Brasil, mesmo com safra menor

Alta oferta do cereal do país vizinho e câmbio favorável impulsionam importações e mantêm valores baixos para o produtor brasileiro

Mesmo com uma previsão de safra 4,5% menor no Brasil, os preços do trigo seguem em queda. A estimativa da Conab aponta uma colheita de 7,54 milhões de toneladas em 2025, impactada principalmente pela redução de área plantada e pelas dificuldades climáticas enfrentadas no Rio Grande do Sul.

No entanto, não há expectativa de recuperação nos preços pagos aos produtores nacionais. A principal razão está na forte presença do trigo argentino no mercado interno. Entre janeiro e agosto, 77% das importações de trigo no Brasil — totalizando 3,2 milhões de toneladas — vieram da Argentina, que conta com estoques elevados e câmbio favorável às exportações.

Para o analista Jonathan Pinheiro, da StoneX, a situação se resume à paridade de preços. “Se o trigo nacional fica mais caro, a indústria compra na Argentina”, afirmou. Além disso, a oferta global também segue alta, o que contribui para a manutenção de preços baixos no mercado internacional.

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