Vítima de tentativa de homicídio é ameaçada após audiência, e MP-RS realiza operação em presídios

Busca por provas e contenção de ameaças mobilizam Ministério Público, GAECO e Polícia Penal no complexo de Charqueadas

O Ministério Público do Rio Grande do Sul (MP-RS), por meio da Promotoria de Justiça de Eldorado do Sul, realizou nesta quarta-feira, 3 de setembro, a “Operação PCharque”, com o apoio do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (GAECO) e da Polícia Penal. A ação teve como objetivo o cumprimento de mandados de busca em duas penitenciárias de Charqueadas, após uma vítima de tentativa de homicídio relatar ter sido ameaçada por uma facção criminosa ao final de uma audiência judicial na semana anterior.

A investigação foi conduzida pela promotora de Justiça Anita Spies da Cunha, enquanto a operação foi liderada pelo promotor André Dal Molin, coordenador do GAECO no estado. Durante a operação, foram apreendidos celulares, documentos e dinheiro em celas de presos investigados, com o objetivo de obter novas provas relacionadas ao crime.

A vítima, que ficou tetraplégica após ser baleada em junho de 2023, relatou ao MP-RS ter recebido uma ligação com ameaças em segunda-feira, 26 de agosto, logo após prestar depoimento em audiência de instrução. “Acredita-se que o interlocutor seja um dos réus, atualmente preso, ou alguém que havia acabado de conversar com um deles, porque demonstrava conhecimento detalhado sobre o conteúdo da audiência e dos depoimentos”, explicou a promotora Anita.

A investigação apura o uso indevido de celulares dentro das unidades prisionais e a atuação de membros de uma facção criminosa na intimidação de testemunhas. Diante da gravidade, o MP-RS instaurou procedimento investigatório criminal e obteve na Justiça medidas cautelares, incluindo buscas nas celas dos investigados.

Segundo o Ministério Público, o crime foi motivado por razões torpes e serve como demonstração de força de uma facção em disputa territorial. Para preservar a integridade da vítima, detalhes adicionais da investigação não foram divulgados.

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