Caso Andrei: júri tem início com depoimento da mãe da vítima e interrogatório do réu em Porto Alegre

O primeiro dia de julgamento foi marcado por mais de 12 horas de audiência, com o depoimento da mãe de Andrei e o interrogatório do acusado

Após mais de 12 horas de trabalhos, foi encerrado na noite de segunda-feira, 27 de outubro de 2025, o primeiro dia de júri do homem acusado de estupro de vulnerável e homicídio duplamente qualificado contra o sobrinho Andrei Ronaldo Goulart Gonçalves, em Porto Alegre. O julgamento será retomado nesta terça-feira, 28 de outubro, às 9h, com os debates entre acusação e defesa no plenário dos grandes júris, no Foro Central da capital.

O Tribunal do Júri é presidido pela juíza Anna Alice da Rosa Schuh, com quatro juradas e três jurados. O dia foi marcado pelo depoimento da mãe da vítima, Cátia Goulart, irmã do réu, que falou por mais de cinco horas. O interrogatório do acusado ocorreu já à noite, encerrando os trabalhos do dia.

O crime aconteceu em novembro de 2016, na zona sul de Porto Alegre. O menino Andrei, de 12 anos, foi encontrado morto com um tiro na cabeça. Conforme a acusação, o tio teria abusado sexualmente da criança e, para ocultar o crime, atirou enquanto o sobrinho dormia, tentando simular um suicídio.

O réu responde em liberdade e acompanha o julgamento por videoconferência. A defesa é conduzida pelo advogado Edson Perlin. Representam o Ministério Público os promotores Lúcia Helena Callegari e Eugênio Paes Amorim, com o apoio do assistente de acusação Marcos Vinícius Barrios.

Durante o depoimento, Cátia descreveu a rotina do filho e afirmou acreditar na inocência do menino. “Tudo o que fiz foi pelo Andrei, motivada pelo amor”, declarou. Inicialmente tratado como suicídio, o caso foi reaberto após a insistência da mãe, que buscou novas provas até a denúncia ser oferecida contra o irmão.

Outras quatro testemunhas também foram ouvidas: um conhecido do réu, uma familiar, um vizinho e um prestador de serviços do prédio onde Andrei morava. O plenário ficou lotado, com várias pessoas usando camisetas com a foto do menino.

No interrogatório, o acusado negou as acusações, afirmando ser vítima de “narrativas falsas” e que também perdeu o sobrinho, “que era como um filho”. Ele contou ter sido acordado por um estampido, encontrado o corpo de Andrei e acionado a Brigada Militar, negando qualquer tentativa de alterar a cena.

Sair da versão mobile