Os brasileiros têm sentido no bolso a disparada nos preços das passagens aéreas, que transformou o ato de viajar de avião em um privilégio para poucos. A principal causa da alta está no crescimento dos custos operacionais, pressionados pelo aumento do dólar, pela inflação e pela valorização do querosene de aviação. Além disso, as companhias aéreas acumulam uma dívida de R$ 1,1 bilhão, especialmente relacionada a tarifas de controle de voo não quitadas, o que agrava ainda mais a situação financeira do setor.
Outro fator que pesa nos valores é a falta de competição real no mercado nacional, dominado por apenas três empresas — Latam, Gol e Azul — que controlam mais de 90% das rotas domésticas. Essa concentração reduz as opções dos consumidores e permite que os preços se mantenham altos mesmo diante da insatisfação do público. A ausência de políticas de incentivo à entrada de empresas estrangeiras também impede uma disputa mais justa e saudável entre operadoras, o que poderia aliviar os preços.
Apesar da explosão na demanda por voos após a pandemia, não há perspectivas imediatas de queda nos valores, já que a estrutura atual favorece a manutenção dos preços elevados. Especialistas apontam que apenas com a abertura do setor a novos competidores e a redução de tributos sobre insumos estratégicos — como o combustível — será possível equilibrar a balança. Até lá, voar continuará sendo um desafio para o bolso da maioria dos brasileiros.








