De alagado a seco: RS se prepara para estiagem após ano de enchentes

Redução drástica de chuvas prevista para novembro e dezembro preocupa setor agrícola e expõe vulnerabilidade climática do Estado

Após meses enfrentando enchentes e excesso de umidade, o Rio Grande do Sul está prestes a entrar em uma nova fase climática, marcada pela redução drástica das chuvas. As previsões meteorológicas apontam que, já em novembro, os volumes de precipitação devem cair significativamente, principalmente nas regiões centrais e oeste do Estado. Em dezembro, a tendência é de estiagem, com períodos prolongados de tempo seco e temperaturas em elevação.

A nova realidade climática oferece um respiro para as comunidades que vivem às margens de rios e lidam constantemente com inundações. No entanto, o cenário preocupa agricultores, que dependem da regularidade das chuvas para garantir o cultivo de culturas como milho e soja, especialmente sensíveis à escassez hídrica. Nos últimos quatro verões, três registraram perdas severas devido à seca, acentuando os riscos para o setor rural.

Esse padrão climático está diretamente ligado à atuação do fenômeno La Niña, caracterizado pelo resfriamento das águas do Oceano Pacífico. Com mais de 70% de chance de persistir até fevereiro de 2026, o La Niña deve intensificar o regime seco no Sul do Brasil, segundo especialistas em monitoramento climático. O contraste entre os extremos — de enchentes históricas em 2024 à estiagem prevista — reforça a vulnerabilidade do Estado diante das mudanças climáticas e seus impactos econômicos.

Diante desse cenário, cresce a necessidade de adaptação e planejamento, especialmente no campo. Enquanto alguns respiram aliviados com o recuo das águas, outros se preparam para enfrentar o avanço da seca, num ciclo climático que continua exigindo resiliência e estratégias eficientes de gestão de riscos.

Sair da versão mobile