Dona de boate diz que torturou mulher após orientação de ‘entidade religiosa’, em Vista Alegre do Prata

A Polícia Civil prendeu preventivamente quatro mulheres em Vista Alegre do Prata, na Serra do Rio Grande do Sul, por suspeita de tortura e cárcere privado contra uma garota de programa. A principal suspeita, dona de uma boate no interior do município, teria mantido a vítima em cárcere por cinco meses, de maio até a última sexta-feira, 24 de outubro. Segundo a delegada Liliane Kramm, responsável pela investigação, a proprietária, de 45 anos, alegou ter sido advertida por uma “entidade religiosa”, durante incorporações espirituais na boate, de que a vítima planejava matá-la.
Com base na alegação, a proprietária e outras três funcionárias (duas de 31 anos e uma de 32) teriam passado a impor castigos e cercear a liberdade da vítima para forçar o pagamento de uma suposta “obrigação religiosa”. A investigação aponta que a vítima continuava a trabalhar, mas sem ser remunerada, e as lesões que sofria eram encobertas. O caso foi descoberto após denúncia de uma pessoa que percebeu os ferimentos na vítima. A polícia encontrou fotos e vídeos das agressões nos celulares das suspeitas, que foram levadas para o Presídio Estadual de Nova Prata.
A vítima ficou hospitalizada por 14 dias e, após receber acolhimento da rede de assistência social, retornou à cidade natal de sua família no Nordeste. As suspeitas responderão por supressão de liberdade, tortura e violência psicológica. Após a ação policial, a boate teve o alvará cancelado e foi fechada.






