Dupla tornozeleira: como é possível e por que 25 pessoas no RS usam dois dispositivos de monitoramento

Caso inusitado em Porto Alegre revela que um mesmo indivíduo pode ser acompanhado por dois sistemas distintos, envolvendo crimes diversos e medidas protetivas simultâneas.

A prisão de um homem com duas tornozeleiras eletrônicas durante uma operação policial em Porto Alegre surpreendeu até mesmo os investigadores. O suspeito, envolvido em roubos de celulares na região da Restinga, usava os dois dispositivos por motivos distintos: uma condenação criminal por roubo e uma medida protetiva relacionada à violência doméstica, conforme ele próprio relatou à polícia. O delegado responsável pela investigação, Arthur Raldi, classificou a situação como inédita em sua carreira.

Apesar de parecer incomum, o caso não é isolado. No Rio Grande do Sul, 25 pessoas estão atualmente sob duplo monitoramento eletrônico. Isso acontece porque existem dois programas distintos de uso de tornozeleiras: um conduzido pela Polícia Penal, que acompanha indivíduos ligados à execução penal, e outro sob responsabilidade da Secretaria da Segurança Pública, que fiscaliza o cumprimento de medidas da Lei Maria da Penha, garantindo a proteção de vítimas e o controle de agressores. Em alguns casos, os dois sistemas se sobrepõem, resultando no uso de duas tornozeleiras por uma mesma pessoa.

A operação que levou à prisão do suspeito também deteve outros quatro envolvidos em roubos de celulares em Porto Alegre e Canoas. De acordo com as investigações, a quadrilha agia de forma organizada: solicitava a entrega dos aparelhos em endereços específicos e, no momento da entrega, roubava os motoboys. Os telefones eram posteriormente revendidos ou utilizados pelo próprio grupo. A Polícia Penal confirmou que, embora legalmente possível, não há atualmente casos de uso de três tornozeleiras no estado, mas garante que cumprirá qualquer decisão judicial nesse sentido, buscando soluções equilibradas com o Judiciário.

Com informações de GZH.

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