Em uma ação sem precedentes no Oceano Pacífico, os Estados Unidos bombardearam nesta quarta-feira (22) uma lancha que, segundo o Pentágono, transportava dois narcoterroristas. O ataque, ocorrido em águas internacionais próximas à América do Sul, foi o primeiro do tipo fora do Caribe desde o início de uma série de ofensivas aéreas, iniciadas em setembro. De acordo com o secretário de Defesa Pete Hegseth, ambos os ocupantes da embarcação foram mortos, e não houve baixas americanas.
A ofensiva faz parte de uma estratégia mais ampla do governo Trump, que classificou os cartéis de drogas como organizações terroristas, justificando assim ações militares diretas. Com esse enquadramento, Washington afirma estar em “conflito armado” contra um inimigo sem território definido, o que abriria espaço legal para operações letais em mar aberto. Hegseth reforçou o posicionamento do governo ao afirmar que esses grupos “estão em guerra contra nosso povo e não terão refúgio nem perdão”.
Com este último ataque, sobe para oito o número de ações militares contra embarcações suspeitas, totalizando ao menos 34 mortos. Embora os Estados Unidos aleguem que todas as lanchas estavam envolvidas no tráfico, países como Venezuela e Colômbia contestam a legitimidade das ações, cobrando provas de que as embarcações representavam real ameaça. Um vídeo divulgado pelo Pentágono mostra o momento da destruição da lancha, que navegava em alta velocidade antes de ser atingida.