O criminoso que virou celebridade: o caso que chocou o Brasil há 30 anos

Leonardo Pareja virou figura nacional nos anos 90 ao misturar crime, fuga espetacular e deboches públicos em uma trama que parece roteiro de cinema, mas foi real e aterrorizou o país.

Conhecido por sua ousadia, Leonardo Pareja ganhou notoriedade após sequestrar a adolescente Fernanda Viana, de 16 anos, sobrinha do então senador Antônio Carlos Magalhães, em Feira de Santana, no ano de 1995. O sequestro durou três dias e terminou com a libertação da jovem, mas foi apenas o início de uma fuga cinematográfica. Durante semanas, Pareja circulou por diferentes cidades, concedendo entrevistas a rádios e TVs, zombando da polícia e até anunciando previamente onde apareceria — escapando sempre ileso.

Mesmo após ser capturado, Pareja continuou a provocar o sistema. Em abril de 1996, liderou uma rebelião de sete dias no Cepaigo, em Aparecida de Goiânia, onde ele e outros 43 presos conseguiram escapar, levando várias autoridades como reféns — entre elas, o presidente do Tribunal de Justiça de Goiás. Durante a fuga, chegou a parar em um bar, dar autógrafos e comprar bebidas, como se estivesse em um evento social, antes de ser recapturado em Porangatu no dia seguinte.

O fim da história foi tão trágico quanto o início. Em dezembro de 1996, Leonardo Pareja foi assassinado por outros detentos dentro do presídio, depois de ter denunciado um plano de fuga que incluía um túnel subterrâneo. O homem que por meses desafiou o Estado com ousadia e sarcasmo acabou silenciado pelas próprias regras do submundo do crime, encerrando uma trajetória que, embora breve, marcou profundamente a memória do país.

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