Restrição no atendimento do Posto Médico Legal obriga policiais civis de Bento Gonçalves a viagens constantes e compromete eficiência policial

A partir de terça-feira, 1º de outubro, policiais precisarão se deslocar até Caxias do Sul para realização de exames fora do horário comercial, agravando a sobrecarga e a insegurança na região

O Posto Médico Legal (PML) de Bento Gonçalves, vinculado ao Instituto Geral de Perícias (IGP), passará a funcionar apenas das 8h às 20h a partir de terça-feira, 1º de outubro, segundo comunicado oficial. A decisão, motivada pela crônica falta de efetivo no órgão, é resultado da ausência de uma política de reposição de pessoal por parte do governo Eduardo Leite.

Com a nova limitação, policiais civis da região serão obrigados a se deslocar até Caxias do Sul, a cerca de 50 km de distância, para a realização de exames periciais fora do horário estabelecido. A medida afeta diretamente a agilidade e a eficácia das investigações, especialmente em ocorrências como exames de corpo de delito em presos, casos de violência sexual, mortes suspeitas e flagrantes.

O atendimento imediato durante a noite será inviabilizado, comprometendo a coleta de provas e a proteção às vítimas. Além disso, as equipes policiais, já sobrecarregadas, enfrentarão ainda mais deslocamentos, gerando atrasos no atendimento à população e custos adicionais para as unidades, que já sofrem com restrições orçamentárias severas.

A UGEIRM Sindicato manifestou preocupação com a restrição de horário e cobrou ações urgentes para garantir a presença de peritos médicos-legistas em Bento Gonçalves, a fim de evitar o colapso no atendimento à região. O sindicato também alertou para a sobrecarga iminente do IGP de Caxias do Sul, que precisará absorver a demanda de outro município sem o reforço necessário.

Segundo o diretor regional do PML/IGP de Caxias, seria indispensável a contratação de ao menos mais um médico-legista para atender à nova demanda. O diretor da UGEIRM, Rogério Ferreira Souza, alertou sobre os impactos financeiros da medida: “Além das dificuldades criadas para os policiais civis, o deslocamento constante de uma cidade para outra gerará um custo significativo para as unidades policiais.”

Já o diretor Juarez Danclair destacou que a entidade está buscando soluções para o impasse: “A UGEIRM já manteve contato com a Secretaria de Segurança Pública, solicitando a presença permanente de peritos em Bento Gonçalves e na região. Também procuramos a OAB e os Legislativos locais para que possamos, em conjunto, encontrar alternativas para evitar um impacto tão severo no trabalho policial e na vida da população.”

Informações e foto UGEIRM.

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