Rio em chamas: operação policial deixa rastro de horror e 64 mortos nas comunidades do Alemão e da Penha

Moradores enfrentam madrugada de terror com tiroteios, explosões e corpos espalhados pelas ruas após a maior ação policial da história do estado

Com o barulho de helicópteros cortando o céu e blindados invadindo becos estreitos, moradores dos complexos do Alemão e da Penha viveram uma madrugada de puro pânico, marcada por intensos confrontos entre forças de segurança e traficantes. Tiros, explosões e gritos ecoaram por comunidades como Grota, Fazendinha e Vila Cruzeiro até o amanhecer. Durante as primeiras horas desta quarta-feira (29), cenas de desespero tomaram conta das ruas: moradores cobriam corpos com panos e improvisavam proteção aos mortos espalhados por calçadas e vielas.

Ao todo, 64 pessoas morreram durante a megaoperação realizada na terça-feira (28), incluindo quatro policiais. A ação, que já é considerada a mais letal da história do Rio de Janeiro, mobilizou 2.500 agentes de diversas corporações — entre Polícia Militar, Polícia Civil e unidades especiais — e teve como foco enfraquecer o Comando Vermelho, especialmente em sua base logística localizada na região. A ofensiva se concentrou na mata da Vacaria, na Serra da Misericórdia, onde a maioria dos corpos foi encontrada após os confrontos.

A cena mais impactante se formou na Praça São Lucas, na Estrada José Rucas, onde mais de 40 corpos foram levados ao longo da madrugada, muitos deles transportados em um carro repleto de cadáveres. A Polícia Militar confirmou o conhecimento sobre a presença dos corpos no local e afirmou que as circunstâncias ainda estão sendo investigadas. Enquanto isso, moradores seguem denunciando a existência de corpos ainda não removidos no alto do morro, aumentando a tensão e o clima de medo na região.

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