Terror silencioso: agiotas, facções e tortura em Caxias do Sul
Vídeos chocantes revelam a brutalidade de um esquema criminoso que envolve dívidas, violência e organizações criminosas; polícia busca identificar vítimas e desarticular a rede

A Polícia Civil de Caxias do Sul está diante de um caso alarmante envolvendo torturas ligadas à cobrança de dívidas com agiotas. Vídeos localizados no celular de um homem preso por tráfico de drogas revelam cenas de violência extrema: vítimas amarradas, espancadas com tacos, submetidas a choques elétricos e ameaçadas de morte. As imagens, captadas entre junho e agosto, mostram dois homens sendo brutalmente agredidos em locais ermos. Apesar da gravidade, as vítimas não buscaram atendimento médico nem registraram boletins de ocorrência, o que dificulta a identificação delas.
De acordo com as investigações, o esquema criminoso vai além dos agiotas: após emprestarem dinheiro, eles repassam as dívidas a facções criminosas, que cobram valores superfaturados com métodos cada vez mais violentos. Os agressores, a mando das facções, utilizam práticas de tortura física que representam um novo patamar de crueldade nas cobranças. Em um dos vídeos, um homem ensanguentado leva coronhadas no rosto, é chutado na cabeça e submetido a choques até recobrar a consciência. Segundo o delegado Rodrigo Kegler Duarte, trata-se de um nível de violência sem precedentes na cidade.
A polícia já apreendeu os instrumentos usados nas agressões, incluindo armas e a vestimenta do agressor. A linha de investigação indica que pequenos e médios empresários são os principais alvos desse tipo de extorsão violenta. Antes, as ameaças se limitavam a mensagens e ligações. Agora, a escalada da brutalidade preocupa: “Quando chega na tortura, é um passo pra morte”, alerta o delegado. Informações que ajudem a localizar as vítimas ou os envolvidos podem ser repassadas, de forma sigilosa, pelo WhatsApp da 1ª Delegacia de Polícia.





